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a idade de 12 anos:
Eu devo estar na casa de meu Pai
(Lc
2,49).
Aqui começa a se revelar a novidade da oração na pleni-
tude dos tempos – a oração filial, que o Pai esperava de seus
filhos, será enfim vivida pelo próprio Filho único.
O Evangelho de São Lucas destaca a ação do Espírito
Santo e o sentido da oração no ministério de Cristo. Ele
rezou antes dos momentos decisivos de sua missão (Lc
3,21; 9,28; 22,41-44). Rezou também antes dos momentos
decisivos que darão início à missão dos apóstolos (Lc 6,12;
9,18-20; 22,32).
De Cristo, durante seu ministério, os evangelistas conser-
varam duas orações, que começam ambas com uma ação
de graças (Mt 11,25-27 e Lc 10,21-23).
Jesus confessa o Pai, agradece-lhe e o bendiz porque es-
condeu os mistérios do Reino aos que se julgam doutores e
revelou-o aos pequeninos (os pobres das bem-aventuranças).
E ainda, no episódio da ressurreição de Lázaro (Jo 11,41-
42), sua ação de graças precede o acontecimento:
Pai, eu
vos dou graças por me teres ouvido
, o que implica que o
Pai escuta sempre seu pedido.
Esta oração de Jesus nos revela como pedir. Antes que o
dom seja concedido, Jesus adere Àquele que dá seus dons.
O Doador é mais importante do que o dom concedido, ele
é o Tesouro, e nele é que está o coração de seu Filho; o dom
é dado por acréscimo (Mt 6,21.33).
Jesus não apenas rezava (Lc 1,49; 2,19; 2,51; 3,21; 6,12;
9,28; 22,41-44), e se recolhia para rezar (Mc 1,35; 6,46; Lc
5,16), como também ensinou a rezar (Lc 11,1), e ainda re-
comendou a oração contínua (Lc 18,1).