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Domingo, 21 de junho
A palavra de Deus
para o domingo
David Amado Fernández
Na leitura deste domingo, o livro de Jó, no Salmo que
modula os fenômenos da natureza, Deus nos é apresentado
como Senhor do universo que exerce seu domínio sobre o
mar, mostrando sua misericórdia para com Israel. Também no
Evangelho aparece Jesus exercendo seu poder sobre a tem-
pestade. O Senhor, ao usar seu poder para silenciar o vento
e amansar o mar, quer nos levar a reconhecer um mistério
ainda maior: não se conforma em ser o “Senhor das tem-
pestades” ou “o apaziguador dos temporais”. Daí que surge
entre seus apóstolos a pergunta: “Quem é este?”.
Deus quer não apenas que o reconheçamos pelo que ele
pode fazer, mas pelo que ele é. Da mesma forma, apesar de
realizar trabalhos para mostrar a sua misericórdia, ele nos
chama a amá-lo em si mesmo. Com o tempo, os apósto-
los, como nós, entenderiam que Jesus se preocupava por-
que poderiam afundar, ainda que não fossem afundar para
sempre. O apóstolo Paulo explica isto na segunda leitura. A
experiência do lago permaneceria em seus corações como
uma eloquente parábola aplicável a toda sua existência e
também à nossa.
Ao comando de Jesus: “Vamos para o outro lado…”, alguns
autores têm visto prefigurada a passagem desta vida para
etapa eterna, o que é possível apenas se estivermos acom-
panhados por Cristo, que abre o caminho, e baseados na fé.
Assim Santo Agostinho diz: “Os ocupantes do barco que
representa as almas que atravessam a vida deste mundo
sobre o madeiro da cruz”. Mas essa caminhada de toda vida
é também um trânsito pela fé em todos os momentos. Assim
o explica São Paulo na segunda leitura, quando diz: Não