Domingo, 14 de junho, tarde
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Amor, então, logo começa a ter uma predominância, e
com ele vem a virtude do desapego das coisas criadas,
juntamente com a fé e esperança mais viva em Cristo
Jesus. Ele agora não vai ter nada de próprio, para que
o sentimento de posse não venha a manchar a pureza
de seus motivos, por menor que seja. Certo desprezo
por si mesmo muitas vezes o afeta, mas por causa desta
humilde condição de alma que ele acaba se impedindo
de julgar os outros. No instante em que estiver diante
da tentação, ele fecha e tranca todos os seus sentidos,
evitando todos os perigos para não dar ao inimigo a
mínima vantagem.
Logo ele começa a se apegar a Deus com todo o
seu coração e não pensa em mais nada. Venha o que
vier contra ele, ele está pronto, com santa paciência, e
esperará humildemente até que Deus venha em seu
auxílio, pois ele não tem como se soltar da cruz para
consolo mental ou físico. Diante disto aparece nele muita
docilidade de espírito. Ele busca e facilmente segue o
bom conselho; obedece a seus superiores, porque ele
é submisso a Deus. Olha diretamente para o dever do
momento; ele quer que eu faça um bom trabalho? Ele
logo o faz. Pacientemente para resistir à tentação? Ele
resolutamente o faz. E agradece a Deus por tudo o que
vem e tudo o que vai.
P
e
. J
ohannes
T
auler
,
o
.
p
.
Dominicano alemão, pregador popular e teólogo místico († 1361).
Oração da tarde
Deus faz brotar uma força da fraqueza.
Vinde, demos graças a Deus!
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
como era no princípio, agora e sempre.
Amém. Aleluia!