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Segunda-feira, 29 de junho, tarde
portanto, unida a uma pobreza espiritual. Na ausên-
cia de qualquer recurso e qualquer ajuda humana, os
pobres se abandonam ao Deus de quem eles esperam
justiça e bondade. Muitos salmos expressam essa fé
dos pobres. Estes também eram dóceis, homens de paz
e com fome de justiça. Colocando as bem-aventuran-
ças em conexão direta com esta corrente espiritual de
despojamento, Mateus, longe de trair o pensamento
de Jesus, o prolonga e dá a sua ressonância.
[…] Se os “pobres de coração” são aqueles que não
têm onde “reclinar a cabeça”, é precisamente porque
conscientes de sua fraqueza e sua pobreza, eles apos-
tam na graça de Deus, na sua ternura e misericórdia.
Jesus veio para dizer-lhes que a sua expectativa é cum-
prida além de qualquer medida. Ele declara que uma
grande felicidade está reservada para eles, e ele pode
falar sobre isso, porque é o primeiro a experimentá-la.
Na fonte deste chamado à pobreza, existe a felicidade
do pobre chamado Jesus, toda coberta por uma nova
proximidade de Deus. Ao deixar transbordar esta feli-
cidade sobre todos, pobres e pequenos, que deixaram
tudo para ficar em torno dele, Jesus se coloca delibe-
radamente entre eles. Ele se apresenta como um deles
e anuncia as cores despojadas do Reino, sem o colo-
rido do mundo.
E
loi
L
eclerc
Nascido em 1921, professor de filosofia e uma das principais
vozes na espiritualidade contemporânea.
Oração da tarde
Vinde, adoremos o Cristo.
Adoremos o filho do carpinteiro.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
como era no princípio, agora e sempre.
Amém. Aleluia!