Domingo, 21 de junho
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damos valor a nada segundo os critérios humanos, ou seja,
em todos os acontecimentos, em todas as pessoas, Cristo
está de algum modo escondido, mas se deixa ver pela fé.
Cristo dormindo sobre a almofada é a imagem de Jesus
na cruz, quando aparentemente foi despojado de todo o
poder e foi derrotado. Na vida também podemos encontrar
esse silêncio de Deus. O Evangelho de hoje nos ensina que
sempre devemos nos voltar para Cristo e chamá-lo. Ou seja,
ele deve despertar de novo em nossos corações pela fé. Ele
dirige a barca (imagem da Igreja) para que se possa alcan-
çar a outra margem.
Assim, a imagem que fica é que comCristo nós nos move-
mos para a vida eterna, mas já aqui podemos experimentar
a verdade desta vida, pelas tribulações que são vencidas e
as tentações contra a fé. A tempestade desaparece sempre
que a caridade de Cristo é imposta. Neste sentido, São Paulo
diz que somos premiados pelo amor de Cristo. Ao contem-
plar o que o Senhor fez por nós, vemos como ele nos ama e
como destrói o mal. A questão do evangelho: “A ti importa
se nós afundamos?” se transforma em outra: “Senhor, que
devo fazer para agradecer o teu amor?”.
A experiência do amor de Cristo também revela como
devemos nos importar com todos os outros. As ondas, o
vento… então aparecem como os grandes inimigos da cari-
dade. Santo Agostinho coloca um exemplo muito claro:
“Quando és insultado, é o vento que chicoteia; se ficas com
raiva, é a onda que sobe”. Daí se seguiria a vingança, a não
ser que nos voltemos para o Cristo e descubramos que a res-
posta é o perdão que ele conquistou para nós e nos oferece
para que o sigamos. Esse perdão e este amor que acalmam
todas as tempestades de nossas paixões e proporcionam a
autêntica paz.
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